Acompanhamento com equipe multidisciplinar também é fundamental para prática mais saudável
No casamento com a saúde, foi-se o tempo em que o fisioterapeuta era procurado só na dor. Hoje, o profissional é um aliado para prevenir lesões e, consequentemente, garantir melhor desempenho de atletas, principalmente nos esportes de alto rendimento.
Mas ele não atua sozinho apenas com exercícios. Tecnologia, exames laboratoriais e uma equipe multisciplinar, com nutricionistas, médicos, preparadores físicos e psicólogos formam o time que atuarão na promoção da saúde e prevenção de lesões.
“Quem trabalha com fisioterapia esportiva sabe o quão importante é o monitoramento constante do atleta em vários aspectos, inclusive aqueles relacionados à qualidade do sono, alimentação e saúde emocional”, explica o fisioterapeuta Tom Pierin, especialista na área.
O monitoramento constante do atleta é o segredo para prevenir possíveis lesões, já que reduzir a chance a zero é uma utopia. “Contusões fazem parte do esporte, principalmente os de contato. Dá para cuidar da saúde do atleta, mas não dá para evitar interferências externas”, esclarece Pierin.
Estudos mostram quais lesões têm maior incidência em cada esporte. Antes de iniciar uma temporada e, portanto, o treinamento, é necessário fazer avaliações para saber quais os padrões saudáveis de cada um. Conforme ocorrem jogos ou competições, são feitos exame de sangue para avaliar marcadores bioquímicos que mostram algum tipo de alteração metabólica ou um processo de inflamação.
Se houver alteração dos padrões, o atleta é colocado numa área de risco. Estando ou não vulnerável, é feito também um monitoramento do controle de carga, isto é, a intensidade que cada um consegue suportar. Havendo alguma alteração, o atleta para de treinar ou treina menos, deixa de competir, entre outras coisas que garantam uma correta recuperação e diminuam o risco de lesão.
“Quando a gente fala desse controle, as pessoas pensam só numa questão de carga acima da média, mas é preciso pensar no mínimo também. Se não der uma carga mínima que estimule, o atleta vai entrar em destreinamento, então é importante controlar o máximo e o mínimo”, explica o fisioterapeuta.
Também são feitas avaliações para medir força, potência, resistência e alterações biomecânicas para identificar risco de lesões. Já fatores como sono, alimentação e saúde emocional, embora não específicos da fisioterapia, também têm um papel fundamental na ciência do esporte.
Segundo o fisioterapeuta, a fase 4 do sono (sono profundo) é o momento em que o corpo começa a recuperar suas energias físicas e mentais, regular os hormônios e reparar os músculos. Ou seja, um sono inadequado causa cansaço, falta de concentração e irritabilidade, situações extremamente prejudicias à prática esportiva.
O mesmo ocorre com a ingestão de alimentos inadequados e com um emocional abalado. É por isso que uma equipe multidisciplinar faz toda a diferença na promoção da saúde.
“Todas essas ferramentas ajudam muito no trabalho do fisioterapeuta, mas não é possível saber quanto um programa específico para prevenção diminui o risco de lesões porque cada pessoa é única e com inúmeras variáveis que influeciam diretamente. No entanto, sabe-se que um acompanhamento com o atleta é primordial para sua saúde e seu sucesso”, ressalta.
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