Verão eleva o risco de doenças infantis e exige atenção redobrada

Casos de infecções gastrointestinais e problemas de pele aumentam com o calor; especialista orienta famílias

À medida que o verão se aproxima, cresce a preocupação com o impacto do calor sobre a saúde infantil. A combinação de altas temperaturas, ambientes cheios e maior exposição a água e alimentos fora de casa aumenta o risco de infecções sazonais, criando um cenário propício para a disseminação de doenças que atingem crianças com mais frequência nessa época do ano. Especialistas lembram que os pequenos, especialmente os menores de dois anos, são mais vulneráveis aos efeitos da desidratação e da perda rápida de líquidos.

A infectologista pediátrica Dra. Carolina Brites explica que as infecções gastrointestinais merecem atenção especial durante o verão. “As crianças ficam mais expostas a situações que favorecem diarreias e vômitos, como alimentação fora de casa e água contaminada. O calor acelera a proliferação de microrganismos e aumenta o risco de quadros agudos”, afirma. Segundo ela, o cuidado com a procedência dos alimentos e das bebidas deve ser constante, especialmente em viagens ou passeios. “É importante conferir se a água está bem vedada e, quando possível, usar a água filtrada de casa. Pequenos detalhes fazem diferença”, acrescenta.

Outro ponto de alerta são as doenças de pele, como impetigo e infecções fúngicas, mais frequentes em ambientes molhados e com pouca ventilação. “O suor excessivo e a permanência prolongada em roupas úmidas criam um cenário perfeito para infecções cutâneas, especialmente nas crianças pequenas”, diz a especialista. Para evitar quadros de micose, a médica recomenda atenção após o banho de mar ou piscina. “Secar bem as dobras do corpo e os espaços entre os dedos ajuda a impedir que fungos se instalem. Esse cuidado simples reduz bastante os atendimentos nessa época”, destaca.

Ambientes compartilhados, como clubes, praias e piscinas, também favorecem infecções de ouvido e conjuntivites e merecem atenção. “A água contaminada pode desencadear desde otites externas até conjuntivites virais altamente transmissíveis. Em locais com grande circulação, o risco aumenta ainda mais”, explica a infectologista. Ela observa que, em crianças que já iniciam o processo de aprendizagem da natação, o controle da entrada da água no ouvido costuma ser melhor — mas isso não dispensa cautela.

A prevenção, segundo a médica, começa com medidas básicas. “Oferecer água filtrada, cuidar da higiene das mãos e evitar alimentos expostos ao calor são atitudes que reduzem expressivamente os casos de gastroenterite”, orienta a pediatra. Manter a vacinação em dia também é essencial, especialmente contra rotavírus e hepatite A, que ajudam a minimizar quadros de diarreia. “A vacinação continua sendo uma das ferramentas mais importantes para reduzir complicações. Ela protege e diminui a gravidade de muitas infecções típicas do verão”, reforça.

Ela lembra ainda que muitos pais acreditam que hidratar significa apenas oferecer água, mas isso nem sempre é suficiente. “A criança nem sempre pede, então cabe ao adulto oferecer. Em dias de muito calor, é preciso insistir. A hidratação é um dos pontos mais importantes para evitar internações,” afirma.

Sinais de alerta incluem febre persistente, vômitos repetidos, diarreia com sangue, irritação ocular intensa ou lesões de pele que pioram rapidamente. “Mesmo que muitos quadros sejam leves, a desidratação em crianças pode acontecer de forma muito rápida. O ideal é não esperar demais para procurar avaliação médica”, orienta a Dra. Carolina.

Sobre Carolina Brites

Carolina Brites concluiu sua graduação em Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2004. Especializou-se em Pediatria pela Santa Casa de Santos entre 2005 e 2007, onde obteve o Título de Pediatria conferido pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Posteriormente, especializou-se em Infectologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e completou uma pós-graduação em Neonatologia pelo IBCMED em 2020. Em 2021, concluiu o mestrado em Ciências Interdisciplinares em Saúde pela UNIFESP.

Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP em Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha em serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém. Além disso, mantém um consultório particular e assiste em sala de parto na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ministra aulas nas instituições de ensino onde é professora.

Carolina Brites CRM-SP: 115624 | RQE: 122965

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